Apresentação

Eu sei que existem muitos blogs sobre Twilight, mas todos que eu conheço são extremados: ou Twilight é a primeira maravilha, tendo desbancado já as outras sete, ou é um lixo nuclear, cujo úúnico mérito é arder bem e sendo capaz de alimentar uma boa fogueira.
Este blog, portanto, se propõe a um meio-termo: a criticar algumas coisas, sim, mas, também, a encontrar aspectos positivos que merecem atenção e, até, alguma deferência.

Então, para estabelecer os pontos, sim, eu li os livros, e mais de uma vez. Se gostei? Muito! Mas não espere que eu inveje as descontroladas que arrancaram sangue dos pescoços na presença do ator que interpreta Edward; tampouco esperem que eu assine um daqueles blogs do tipo "porque nós odiamos twilight". Existe um meio termo em tudo isso, e é nele que estou.

Então, por tudo isso, mais um blog sobre Twilight!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Vamos comparar margarina com lentes de contato

Ninguém pretende que Twilight seja a "fina flor" da literatura
mundial. O livro se propõe a ser apenas uma obra de entretenimento
juvenil e, nisso, cumpre seu papel.
Claro, claro, não agrada a todos indistintamente, mas, no final de
contas, o que agrada? Então, é hora de aceitar esse fato.
Vejo alguns vendo diamante em missanguinha, colocando a obra lá nas
alturas - só Deus sabe de onde; outros, por sua vez, esperneiam como
desesperados, porque o enredo é ruim, porque o inglês da autora é
discutível e, o que para mim é ainda mais curioso, porque tal e qual
obra é melhor.
Já vi gente revoltada porque Harry Potter é melhor que Twilight, e
até mesmo gente fazendo paralelos entre Edward e o Fantasma da Ópera,
Raoul e Jacob Black.
NO meu entender, isso é tão produtivo quanto comparar pirulito a
pilhas Everest, margarina com botões de pressão e alicates de unha com
Bactrim F. Não tem nada a ver. AHn, certo, tem: são livros e fizeram
sucesso. Mas só.
Pessoalmente, considero-me tripolêmica em muitos pontos, mas em
questões literárias, sou excepcionalmente cordial: gosto de me definir
como "devoradora de livros", e penso que a alcunha seja justa para quem
lê, pelo menos, um por semana. Nessa toada, além de ter lido Crepúsculo,
li todos de Harry Potter (mais de uma vez cada), todos de Tolkien, mais
toda coleção do Benítez, sem falar em Gaston Leroux, "A menina que
roubava livros", livros espíritas e espiritualistas aos montes,
evangélicos, literários e de "bancas de jornal". Cada estilo serve a um
propósito que é cumprido mais ou menos bem. Entretanto, acho perigosa a
tendência de comparar uns aos outros com a justificativa de que fizeram
ou não sucesso.
Quanto a Twilight ter emplacado diante de obras superiores que
sequer têm visibilidade, não é culpa da Stephanie Meyer, mas da
sociedade em que vivemos.
Com efeito, se você quiser produzir arte de qualidade, tem todo o
direito e, em certos casos, até o dever. Mas não espere a aprovação da
maioria. Quem quer investir na excelência, deve se acostumar ao
reconhecimento de uma minoria, isso se tiver bastante sorte. A maioria
regularmente não pensa e muitas vezes é medíocre.
Se eu acho isso justo? Claro que não. Mas aqui não estamos falando
de justiça, mas da realidade.
Eu estava muito envolvida com fãs de Harry Potter. Vivi praticamente
todas as fases de espera e júbilo por cada livro e filme intensamente, e
eu garanto que, na época, as coisas eram bem diferentes. Hoje Harry
Potter é um clássico da Literatura infanto-juvenil; no passado
não foi exatamente assim: J. K. Rowling foi acusada de transmitir às crianças valores
odientos - para vocês terem uma idéia, teve gente acusando-a de
pró-aborto por causa do formato das raízes das mandragoras no livro "a
câmara secreta"! E as pessoas diziam: Harry Potter não é fantasia!
Tolkien... Aquilo sim é que é autor... Do mesmo modo que hoje dizem:
Meyer é horrível! Rowling, aquela sim é que sabia escrever.
Quanto aos vampiros descaracterizados, a realidade é simples e
talvez doa: vampiros não têm direitos autorais. A história é dela e ela
pode fazer o que quiser com ela, inclusive inventar vampiros que brilhem
no Sol e se alimentem de sangue de animais.
Pessoalmente eu gostei muito das inovações, sobretudo da parte de
não matarem pessoas. Deixou a psicosfera menos pesada, mais suave. Mas,
claro, qualquer um tem o direito de discordar de mim e da Stephanie
Meyer, em particular. Só não vale perder a educação por causa disso,
afinal, é apenas um livro.
E para aqueles que se revoltam imensamente com o fato de Twilight
agora ser febre, vai uma boa notícia: febre vem... E passa.
Garanto que, daqui dez anos, o contingente de fãs será diminuído
drasticamente.

2 comentários:

  1. Só uma correção, Raoul não é o Fantasma da Ópera, ele é o cara que fica com Christine, o Fantasma chama-se Eric.

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  2. Sim, sim... Desculpe se ficou confuso quando eu escrevi... eeee

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